terça-feira, julho 11, 2006

Doping - Esquema estatal de doping intensivo na ex-RDA ...este artigo da que pensar.....


Centena e meia de antigos desportistas da ex-República Democrática da Alemanha (RDA) vão defrontar em tribunal, nos próximos meses, a farmacêutica Jenapharm e o Comité Olímpico Alemão (NOC), depois de falhada, em Abril, a última tentativa de acordo, num tribunal arbitral de Hamburgo. Os atletas exigem indemnizações da empresa que produziu os esteróides usados no sistema de doping do regime comunista, e do organismo que herdou os fundos do extinto comité olímpico da RDA.

A Jenapharm, empresa estatal até à queda do Muro de Berlim, não está disposta a ceder e contratou mesmo, por 250 mil euros, um historiador para investigar o seu passado.

Oral Turinabol é o fármaco no centro desta disputa entre o gigante farmacêutico (a Jenapharm faz parte do grupo Schering, que está a ser comprado, através de uma Oferta Pública de Aquisição, pela multinacional Bayer) e os antigos desportistas, que querem compensações individuais de 20 mil euros pelos graves problemas de saúde e sociais, fruto dos esteróides, e pelos custos dos tratamentos médicos.

“As vítimas sofrem de deformidades cardiovasculares, mudanças definitivas na voz e crescimento anormal de pêlos — e estes são apenas os efeitos menos graves. Outras têm cancro ou tiveram filhos com mutações genéticas”, explicou à Reuters o advogado dos atletas, Michael Lehner, depois da audiência no dia 6 de Abril.

“Até agora, os relatórios dos peritos não especificaram suficientemente do que somos acusados. A Jenapharm produziu Oral Turinabol, um produto de mercado na RDA e um fármaco legal até 1995, mas isto não prova a nossa responsabilidade”, contrapôs a directora-geral da farmacêutica, Isabel Rothe.

O Oral Turinabol foi o dopante fulcral no esquema que teve como objectivo demonstrar a suposta superioridade da sociedade comunista da RDA em relação à Alemanha Ocidental. Uma conspiração que, tal como fizera Hitler nos Jogos Olímpicos de Berlim de 1936, transformou o desporto numa arma de propaganda política. Desta vez perpetrada por um comité secreto formado por membros do Partido Socialista Unitário, cientistas, dirigentes desportivos e médicos.

Graças a este esquema, a RDA conquistou o terceiro lugar da tabela de medalhas dos Jogos de Munique, em 1972, feito inédito retratado em segundo plano pela imprensa, devido ao sangrento ataque do grupo terrorista palestiniano Setembro Negro contra a comitiva israelita. Contudo, quatro anos depois, em Montreal (Canadá), a RDA foi ainda mais longe e venceu 11 das 13 provas de natação, ultrapassando os norte-americanos no quadro de medalhas. “Performances” interrompidas só quando o Bloco de Leste boicotou Los Angeles (EUA), em 1984, e que duraram até à queda do Muro de Berlim, em 1989, fulminando recordes mundiais no atletismo e na natação, alguns intactos até hoje.

O doping colocou a Alemanha de Leste, um país de apenas 17 milhões de habitantes, na ribalta desportiva (ganhou 409 medalhas nas cinco olimpíadas em que se apresentou individualmente), mas também destruiu ou tornou muito difíceis as vidas de milhares de atletas. O esquema fraudulento do regime comunista foi amplamente seguido em várias residências desportivas, onde não importava a saúde dos atletas. Para além do doping, os jovens eram sujeitos a programas de treino brutais, com exercícios duros e jejum forçado para quem tivesse peso a mais. Eram-lhes feitas análises de sangue no final dos treinos, para os seus técnicos saberem se poderiam ter-se esforçado mais, e chegavam a ser ameaçados de exclusão, algo impensável para uma sociedade que via no desporto uma forma de afirmação.

“Foi uma das maiores experiências farmacológicas na História, que decorreu durante mais de três décadas. Centenas de médicos e cientistas, incluindo professores de elite, realizaram pesquisas sobre doping e administraram fármacos, alguns experimentais”, afirmaram Werner W. Franke e Brigitte Berendonk. Este biólogo molecular, e a sua mulher, ex-atleta da Alemanha de Leste, investigaram as provas sobre a dopagem que sobreviveram, concluindo que “milhares de atletas eram tratados com anabolizantes todos os anos, incluindo menores de ambos os sexos. (...) Os efeitos secundários foram registados, alguns dos quais exigiram intervenções médicas ou cirúrgicas. Para além disso, cientistas proeminentes e médicos desportivos criaram métodos de dopagem que evitavam a detecção nos testes internacionais”.

Esta fraude envolveu milhares de pessoas, durante décadas, mas manteve-se debaixo de um secretismo quase absoluto, graças à centralização na comissão de Alta Performance Desportiva do Comité Central do Partido Socialista Unitário (SED) e nos Serviços de Medicina Desportiva (SMD) e o controlo totalitário efectuado pelo Ministério da Segurança do Estado — conhecido como Stasi, serviços de segurança e espionagem —, particularmente importante nos finais da década de 1970, quando foram adoptados controlos antidoping em provas internacionais. Nessa altura, a cúpula partidária ordenou ao laboratório dos SMD que analisasse os atletas antes de competirem, mas, para evitar deslizes, os serviços secretos montaram “uma rede de mais de mil colaboradores no desporto, informadores e espiões nas instituições de pesquisa de outros países”, especialmente as que trabalhavam na área da dopagem.

Manfred Höppner, director dos SMD, era um desses espiões. Trabalhou no controlo de dopagem de provas internacionais, “camuflando análises positivas, arranjando resultados negativos falsos” ou até mesmo “trocando a urina das amostras”. Isto só foi possível com o silêncio comprometedor do Comité Olímpico Internacional (COI) e de outros organismos mundiais (a dopagem já tinha ganho adeptos também no Ocidente), ainda mais evidente nos poucos casos em que os laboratórios apanharam atletas da ex-RDA. Nalgumas situações, os desportistas foram olhados como ovelhas negras, noutras os resultados foram escondidos.

Apesar de o número de vítimas ascender aos milhares, os podres do sucesso desportivo da RDA foram “esquecidos” logo após a reunificação, em nome da reconciliação. Só com muito esforço, 11 anos depois da queda do Muro de Berlim, é que alguns dos principais responsáveis foram responsabilizados pela justiça, como Höppner, Manfred Ewald, presidente da Federação de Desporto entre 1961 e 1981, e Lothar Kipke, durante dez anos líder da federação de natação. Os primeiros processos abriram caminho à condenação de mais de 300 pessoas, mas, para desagrado das vítimas, nenhuma passou pela prisão.

Mazelas para sempre
Foi durante o longo julgamento de Ewald e Höppner que, pela primeira vez, o mundo conheceu ao pormenor os efeitos nefastos do doping sistemático de adolescentes. O caso mais emblemático é o de Heidi Krieger. Tinha somente 16 anos quando começou a ser forçada a consumir Oral Turinabol. Apenas vitaminas que aumentavam a força física, asseguravam-lhe os fisiologistas do poderoso Dínamo, clube financiado pela Stasi. “Os adolescentes tinham de tomar os esteróides, descritos como vitaminas, na presença dos seus treinadores. Não estavam autorizados a levar os comprimidos para casa ou a falarem destes tratamentos com terceiros, inclusive os pais. As injecções de esteróides e de outras drogas eram explicadas como medicações necessárias ou profilaxia”, indica o relatório Franke e Berendonk, essencial na acusação contra Ewald e Höppner.

Os esteróides tiveram os efeitos pretendidos pelos treinadores: Heidi ganhou peso e evoluiu no lançamento do peso, passando dos 14 metros aos 16 anos para registos sempre acima dos 20 metros três épocas depois, tendo-se sagrado campeã europeia de juniores em 1986. As alterações no corpo de Heidi foram imediatas: peso excessivo, voz grave e pêlos por todo o corpo. A masculinização da lançadora era tão evidente que começou ser insultada ou confundida com um homem. A sua carreira terminou em 1991, quando já tinha a estrutura óssea, as articulações e os tendões destroçados com a pressão da musculatura excessiva e dos treinos intensivos.

Confusa com a sua orientação sexual, chegou a tentar o suicídio, mas, depois de ter conhecido um transexual, decidiu mudar de sexo. Em 1997, tornou-se um homem: Andreas Krieger. “Deixei de saber quem era. Não me sentia como Heidi”, confessou, durante o julgamento de Ewald e Höppner, o ex-atleta, que aos poucos foi-se reintegrando na sociedade, tendo mesmo casado com outra vítima do esquema comunista: Ute Krause, antiga nadadora profissional cuja bulimia e tendências suicidas se deixaram de manifestar quando se apaixonou por Andreas.

Krieger sofre de dores constantes nos músculos e nos ossos, tal como Brigit Böse, também antiga lançadora do peso, que começou a ser dopada aos 11 anos. Os seus rins e fígado funcionam mal e tem de tomar morfina para aliviar as dores. Trabalha com uma mesa em cima de tijolos, pois não consegue dobrar-se, não conduz ou anda em transportes públicos, porque o stress aumenta-lhe perigosamente a pressão sanguínea, toma injecções de insulina, pois é diabética, e sofre de asma. Os seus órgãos reprodutivos nunca se desenvolveram e lutou durante anos para conseguir ter um filho. Conseguiu-o, mas a criança nasceu com apenas 41 por cento da capacidade pulmonar.

Böse tornou-se numa das caras do Grupo de Apoio às Vítimas do Doping, que tem ajudado antigos desportistas a investigarem o passado. Katharina Bullin, por exemplo, só 14 anos depois da queda do Muro de Berlim conseguiu provar que fora dopada desde os 13 anos. A ex-jogadora de voleibol foi medalha de prata pela Alemanha de Leste nos JO de Moscovo, mas o excesso de força ganha através dos dopantes causou-lhe sucessivas lesões, que a tornaram dispensável. Quando foi forçada a abandonar o voleibol, viciou-se em álcool e comprimidos e tornou-se bulímica. Começou então a sofrer de dores constantes, pois os seus ossos tornaram-se tão fracos como os de um idoso de 80 anos.

Bullin devolveu todas as medalhas que ganhou. Ines Geipel também quis lutar contra o passado e pediu, em Outubro do ano passado, a anulação de todos os seus resultados. Nessa altura, contou que, aos 25 anos, a Stasi lhe mutilou músculos e órgãos durante uma operação ao apêndice. Para os serviços de segurança, a velocista e saltadora em comprimento era “politicamente instável” e uma “ameaça”, por se relacionar com atletas estrangeiros.

Actualmente professora e escritora famosa, Geipel compilou num livro as histórias de Krieger, Krause e Martina Gottschalt, ex-nadadora que teve um filho com malformações. Mas o doping estatal deixou uma lista negra bastante mais longa. O ex-halterofilista Roland Schmidt, por exemplo, deixou de conseguir produzir hormonas masculinas e desenvolveu seios enormes, com características pré-cancerosas, que tiveram de ser amputados. Karlin Balzer, antiga atleta de estafetas, deu à luz uma criança com um tumor. Na natação, foram várias as vítimas: Petra Schneider, medalha de ouro (400m estilos) em Moscovo 1980, sofreu graves efeitos no coração e costas; Rica Reinisch, tricampeã olímpica nesse mesmo ano, enfrentou quistos nos ovários e vários abortos, tal como Catherine Menschner; Jutta Gottschalk teve uma filha cega de um olho. Também houve mortes relacionadas com os dopantes: Detlef Gerstenberg, ex-lançador do martelo, faleceu com graves problemas hormonais; Brigit Dressel, ex-atleta, foi em 1987 vítima fatal de uma reacção alérgica a um medicamento, que lhe fora administrado para tratar dores generalizadas nos músculos; George Severs morreu ainda jovem devido a uma intoxicação do fígado.

"Agarrados às suas mentiras"
Geipel também pediu à federação de atletismo (DLV) a anulação do recorde alemão de clubes nos 4x100m, que conquistou pelo SC Motor Iéna, mas as outras três recordistas desaprovaram. “Há atletas que sabem o que se passou mas continuam agarrados às suas mentiras”, acusou a ex-velocista. Todos sabem que só confessando poderão sair da lista dos recordes. Em Abril deste ano, a DLV aceitou retirar Geipel da lista de recordistas, mas manteve os 22 recordes alemães ainda nas mãos de ex-atletas da RDA. O presidente do organismo, Clemens Prokop, disse à rádio Deutschlandfunk que é “juridicamente impossível anular os recordes duvidosos” porque “obrigaria ao reconhecimento da culpa dos atletas” e isso não é possível provar, quase duas décadas depois.

Outros factores têm impedido que muitas vítimas deixem a obscuridade, mesmo quando o Governo federal, ainda dirigido pelo chanceler Gerard Schroeder, criou um fundo humanitário de dois milhões de euros. Apenas 193 conseguiram cumprir os requisitos e receber, cada um, 10.400 euros. “Há mais de dois mil atletas afectados e só 600 tornaram isso público. A maioria cala-se. Para as mulheres, principalmente, é difícil falar sem vergonha das feridas íntimas, como os abortos sucessivos ou a masculinização irreversível”, vincou Geipel.

Os ex-desportistas enfrentam também dificuldades para provar que foram vítimas do doping estatal. “Após a mudança política, em 1989, alguma informação passou para a imprensa do Oeste. Nessa altura, oficiais do sistema de dopagem trataram de assegurar que todos os documentos comprometedores seriam destruídos ou recolhidos pelos SMD”, relataram Franke e Berendonk. Para além disso, antes da reunificação, a Stasi destruiu 90 por cento dos seus arquivos e muitos dos documentos restantes ficaram indecifráveis devido às inundações que atingiram a Alemanha há quatro anos.

Um obstáculo que também se coloca agora, na luta com a Jenapharm. Quase todos os pedidos de indemnização de antigos atletas a ex-responsáveis pelo esquema fraudulento falharam e teme-se que este duelo com a farmacêutica dure anos. A maior esperança dos 160 antigos atletas é o relatório de Franke e da sua mulher, que aponta para o envolvimento de representantes da Jenapharm nas reuniões do comité secreto do SED. A pista mais comprometedora para a farmacêutica é o facto de esta ter produzido, a partir de 1983, propionato de epitestosterona, “composto biologicamente inactivo, que não tinha qualquer valor comercial mas era preparado exclusivamente para o sistema de doping governamental”, para camuflar o uso de testosterona.

A nível comercial, a farmacêutica obteve lucros com a dopagem estatal e com o mercado negro, dentro e fora do país. “Fármacos como o Oral Turinabol tinham tanta procura que os atletas de topo e os seus treinadores queriam muitas vezes mais do que a dose autorizada, e atletas de segundo nível e treinadores de menores em centros de treino (muitas vezes envolvendo jovens entre os nove e os 12 anos) tentavam tudo para obter o produto não oficialmente, no circuito paralelo.” Mais: a epitestosterona também foi traficada no mercado negro e a Stasi descobriu que a fonte era a própria Jenapharm.

Os documentos indiciam ainda que os cientistas da farmacêutica levantaram obstáculos éticos a nível privado e nunca publicamente. O mesmo fez a maioria dos clínicos desportivos envolvidos, que relataram aos serviços de segurança os efeitos secundários dos dopantes. “Muitos dos argumentos agora apresentados lembram os do Terceiro Reich. Os indivíduos envolvidos desaprovaram o que estavam a fazer. Sabiam que era errado. Mas também sabiam que era um assunto de prestígio nacional e era bom para as suas carreiras”, explicou Franke, durante o julgamento de Ewald e Höppner.

Fonte: NewsLetter PODIUM

Artigo publicado na revista PÚBLICA

Médicos relataram danos à Stasi
Os médicos envolvidos no doping estatal documentaram detalhadamente os efeitos dos anabolizantes, principalmente do Oral Turinabol, no desempenho dos seus atletas. Também testemunharam, em primeira mão, os danos graves provocados na saúde dos desportistas. Estas informações inéditas deram origem a teses e outros relatórios científicos, mas os pormenores mais aterradores dos efeitos secundários foram descritos, de forma mais directa e franca, nas exposições escritas dos clínicos que trabalhavam para a Stasi e que violaram a confidencialidade dos seus pacientes e o sigilo profissional. Werner W. Franke e Brigitte Berendonk transcreveram, no seu estudo sobre a dopagem na ex-RDA, partes dos relatórios de Manfred Höppner, líder dos Serviços de Medicina Desportiva.

"Os esteróides anabolizantes são aplicados em todos os desportos olímpicos, com excepção da vela e da ginástica (femininas), e por todas as equipas nacionais. (...) O valor positivo dos esteróides anabolizantes para o desenvolvimento de um atleta de topo é indiscutível. (...) Pelas nossas experiências feitas até agora, pode concluir-se que as mulheres retiram mais vantagens desportivas dos tratamentos com hormonas anabolizantes. Especialmente alto é o efeito na ‘performance’ após a primeira administração de hormonas anabolizantes, especialmente em atletas juniores." "As pernas, incluindo as partes interiores das coxas, estão fortemente peludas e o cabelo púbico já se estende até ao umbigo. Ela é obrigada a rapar-se. Falei com ela várias vezes, porque, de acordo com o programa aprovado, só no ano passado deveria ter começado a receber esteróides. Tornou-se claro que, no entanto, têm-lhe sido dados esteróides desde os 15 anos. Inicialmente, foi-lhe dito que se tratava de vitaminas. Quando ela notou as mudanças no seu corpo, percebeu que estavam a dar-lhe esteróides. Por isso, decidiu abandonar o desporto de alta competição."

"Em inúmeras mulheres, a administração permanente de hormonas anabolizantes resultaram em danos irreversíveis, em particular na natação, como, por exemplo, os sinais de virilização tais como o crescimento de pêlo corporal, mudanças na voz e distúrbios na libido. Os efeitos no apetite sexual foram relativamente fortes em algumas mulheres. Isto causou problemas especiais, particularmente em campos de treino onde os companheiros ‘oficiais’ dessas mulheres não estavam presentes."

"Dez atletas de elite foram hospitalizados e examinados extensivamente. Os resultados indicaram que, devido ao consumo crescente de álcool por certos atletas de topo, em combinação com os anabolizantes, surgiram doenças sérias no fígado, incluindo o crescimento anormal deste órgão. Nas mulheres, estes efeitos secundários são agravados pelas pílulas. Em duas atletas examinadas, as doenças diagnosticas no fígado estavam em tal estado avançado que não foi possível assumir a responsabilidade de as deixar continuar a competir."

"Na semana passada, o atleta entrou de urgência no hospital Erlabrunn por causa de uma indicação de hepatite. Os médicos do hospital, onde ele foi admitido já em coma hepático, concluíram que os danos no fígado resultaram do uso de anabolizantes. Posteriormente, o atleta confirmou que tomava anabolizantes desde Janeiro e indicou a dose exacta. A sua mulher, que trabalha como farmacêutica, informou as autoridades sanitárias distritais, que classificaram a administração de anabolizantes como um crime. Este caso chegou ao conhecimento do Comité Central do SED. Todos os registos médicos e os testes de diagnóstico foram confiscados e o atleta deu entrada no hospital neuropsicológico."

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